15 ago 2015

Nootrópicos são a droga da vez no mundo dos negócios

postado em: Medicina do Trabalho

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Uma reportagem publicada pela rede britânica BBC coloca em evidência um problema que está preocupando as autoridades dos Estados Unidos, especialmente na região do Vale do Silício, norte da Califórnia. Trata-se do consumo de comprimidos para acelerar a performance no trabalho, que deixam a pessoa mais ligada e concentrada, com a memória, criatividade e produtividade a mil.

No Vale do Silício, capital mundial da indústria da tecnologia, os chamados nootrópicos vêm se popularizando nos últimos anos, de acordo com a BBC. Essas substâncias – cujo nome vem do grego “nóos” (mente ) e “tropo” (direção) – supostamente são capazes de ajudar a melhorar o desempenho mental sem produzir efeitos colaterais negativos.

Apesar do ceticismo da comunidade científica quanto a sua eficácia, esses “potencializadores cognitivos” são cada vez mais usados em ambientes de trabalho competitivos, nos quais o intelecto é muito mais importante do que qualquer outra habilidade

Sob o guarda-chuva dos nootrópicos estão, por exemplo, compostos químicos da família dos racetams (como o piracetam e o pramiracetam) e substâncias como vitaminas e aminoácidos encontrados em alimentos e plantas que podem ser comprados em lojas de suplementos e de produtos naturais.

A BBC revela que alguns são remédios receitados para o tratamento de idosos que apresentam alterações em seus mecanismos cognitivos e que sofrem de males como a demência e o Alzheimer. Seus defensores asseguram que essas substâncias ajudam, por exemplo, a melhorar a memória, a capacidade de aprendizagem e a concentração.

Medicamentos como o Adderall, prescrito para tratar transtornos como hiperatividade e narcolepsia, também são utilizados por estudantes que querem melhorar o desempenho cognitivo, apesar do risco de efeitos colaterais como arritmia e ansiedade.

Nos anos 70, o pesquisador romeno Corneliu E. Giurgea definiu como nootrópicos as substâncias que, apesar de potencializar as capacidades cognitivas, não são tóxicas, viciantes ou provocam efeitos colaterais significativos.

Não há um consenso sobre como funcionam muitas dessas substâncias, embora quem as utilize acredite que elas melhoram o metabolismo cerebral. Embora não haja dados oficiais, seu uso tem crescido nos últimos anos em países como os Estados Unidos. Na internet, proliferaram blogs e fóruns de discussão que debatem que nootrópicos consumir, e em que quantidade.

Para acompanhar o crescimento da demanda, um boom de empresas surgiu para vender essas pílulas nootrópicas, que contém ingredientes como cafeína e ômega 3.

Entre essas companhias, estão a Nootroo e a Nootrobox, startups do Vale do Silício que asseguram ter entre seus investidores importantes nomes da indústria da tecnologia.

Elas afirmam que os efeitos dos nootrópicos dependem da quantidade consumida e do metabolismo do usuário, e que não há estudos que tenham determinado os efeitos a longo prazo.

Em entrevista à BBC, Jesse Lawler, programador que vive em Los Angeles, começou a se interessar por nootrópicos e outras drogas inteligentes há alguns anos.

“Percebi que poderiam ser úteis para as tarefas mentais que tinha de fazer no trabalho”, explicou Lawler, que produz e apresenta o podcast Smart Drug Smarts.

“No meu caso, têm se mostrado úteis para, por exemplo, ampliar os períodos de concentração. Uso como ferramentas para melhorar meu estado mental”, afirmou Lawler à BBC.

O programador disse que, embora “em nossa sociedade a palavra droga tenha conotação negativa”, as que ele consome “têm efeitos fisiológicos benéficos”. “Além disso, procuro seguir uma dieta equilibrada e fazer exercício. Nunca tomaria nada que poderia ter um efeito negativo sobre meu corpo e, principalmente, sobre meu cérebro”, assegurou Lawler.

Droga sintética vira problema

Ainda de acordo com reportagem publicada pela BBC, a polícia da China está lutando para conter o uso recreacional da ketamina. A droga é conhecida ainda por outro nome, “special k”, e está explodindo em popularidade entre os jovens do país, superando o uso de heroína.

No vilarejo de Boshe, laboratórios ocultos estão produzindo a ketamina de forma barata e em larga escala, apesar das batidas frequentes. Enquanto isso, clínicas de reabilitação dizem ter registrado um salto no número de pacientes que enfrentam problemas por causa da droga.

Mais popular

Consumo. Estudo publicado na revista “Nature” revela que 25% dos universitários tomam ou tomaram algum tipo de remédio para aumentar o desempenho cognitivo.

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