A aproximação do outono e do inverno já começa a acender a luz vermelha nas empresas com doenças como gripe e pneumonia, que tiram funcionários de sua rotina. Por isso, a gigante dos medicamentos e vacinas Pfizer já começa a perceber aumento da demanda.
A preocupação dos clientes do laboratório norte-americano é não só aumentar a eficiência e a qualidade de vida, como também reduzir as ausências neste período. Na sua carteira de clientes estão empresas como Ambev, a Fundação de Assistência e Previdência Social do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Confederação Nacional da Indústria (CNI). A vacina contra a gripe ainda é a mais encomendada, segundo a empresa. Mas desde 2014 crescem pedidos pela Prevenar 13, que previne a pneumonia. Segundo o diretor de vacinas da Pfizer, Marco Ferrazoli, tentar evitar doenças como a pneumonia é uma tendência nas empresas. “Ações focadas no público mais maduro terão cada vez mais importância nas corporações, considerando que a participação de trabalhadores com 50 anos ou mais na população economicamente ativa tem aumentado substancialmente nos últimos anos”, disse.
De acordo com o diretor da farmacêutica, a vacinação tem contribuído para reduzir o absenteísmo dos colaboradores e a queda de produtividade de seus clientes.
Mesmo sem divulgar os números absolutos, a Pfizer afirma que, desde 2014, quando começaram as vendas da Prevenar 13 para o segmento corporativo, a demanda cresceu mais de 60%. “Acreditamos que em 2016 elas continuarão a crescer”, afirmou Ferrazoli.
Empresas
Na Confederação Nacional da Indústria (CNI), o programa contra a gripe começou em 2006, com 1.100 pessoas vacinadas, entre funcionários, dependentes e terceirizados. Já a prevenção para a pneumonia é recente, teve início em outubro passado. Até agora, são 200 funcionários imunizados.
“Quanto mais a pessoa vive, maior a chance dela apresentar algum problema de saúde. É muito mais barato fazer a vacina e prevenir um caso de pneumonia do que a pessoa se internar e gastar mais”, declarou o gerente de saúde ocupacional e qualidade de vida da CNI, dr. Amilton Cabral Junior. A dose da vacina para a pneumonia, segundo ele, varia entre R$ 120 e R$ 220. Já os gastos com internação não custam menos de R$ 1.000.
Na Ambev, fabricante de bebidas que detém cerca de 30% do mercado mundial de cerveja, a campanha de vacinas contra a gripe teve início há 15 anos. Em 2013, a empresa incluiu a Prevenar 13, em parceria com a Fundação Zerrener.
“Nosso objetivo é impedir ou reduzir as chances dos nossos funcionários serem acometidos por determinadas doenças”, relata a especialista de gente da Ambev, Lucineide Xavier. Desde o início do programa, 27.026 pessoas foram vacinadas contra gripe.
A prevenção da pneumonia ainda é menor, mas vem crescendo: são 4.850 pessoas vacinadas, entre funcionários e dependentes. A fabricante de cervejas também acredita que benefícios como esse podem ser uma das formas de reter talentos. “Contratamos os melhores profissionais e queremos mantê-los dentro da nossa casa. O programa de vacinação contribui para proteger a saúde da nossa gente, nosso principal patrimônio.”
Na Fundação de Assistência e Previdência Social do BNDES (Fapes), os programas de atualização vacinal começaram em 2010, baseado nos calendários da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). A Fapes instituiu também o programa de Medicina do Viajante, focado nos colaboradores que viajam a serviço com frequência.
Na avaliação da chefe do departamento médico da Fapes, Ana Paula Pimentel Mendonça, os gastos com saúde deve ser entendidos como investimentos. “Os custos com a saúde do trabalhador devem ser percebidos como um investimento, tornando o corpo funcional de uma empresa e o principal ativo da instituição”, destaca Mendonça.
Fonte: Granadeiro Guimarães.
Título Original: Vacinação de empregados está no radar de empresas.