08 dez 2017

Eternit deixará de usar amianto em seus produtos até o fim de 2018

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Após muitos anos de discussões judiciais sobre a questão do amianto, a Eternit sucumbiu às exigências do mercado e vai suspender, até o fim de 2018, o uso da matéria-prima na fabricação de qualquer produto. Até dezembro do próximo ano, toda a produção de telhas de fibrocimento da empresa utilizará matéria-prima sintética, o polipropileno. “Entendemos que o mercado não quer mais consumir produtos com amianto”, afirma o presidente da companhia, Luís Augusto Barbosa.

A tendência de substituição do amianto é irreversível, na avaliação do executivo. “Embora eu tenha absoluta convicção de que, da maneira como é utilizado hoje, o amianto não oferece risco à saúde da população e dos operadores, nem ambiental, seria uma insistência em vão, pois é algo que a sociedade não quer”, diz Barbosa.

Atualmente, 60% das telhas de fibrocimento da Eternit são produzidas a partir de polipropileno, e 40% têm amianto em sua composição. No fim do ano passado, 80% da produção utilizava amianto. Quatro das cinco fábricas de telhas de fibrocimento já receberam investimentos — no total de R$ 25 milhões — para ajustes de processos para converter a matéria-prima utilizada. O uso de amianto nessas quatro unidades varia de 10% a 90% do total.

A Eternit fabrica telhas de fibrocimento em Colombo (PR), Goiânia, Anápolis (GO), no Rio de Janeiro e em Simões Filho (BA). Entre 2013 e 2015, a Eternit investiu R$ 95 milhões na fábrica de polipropileno em Manaus. A capacidade instalada dessa fábrica é suficiente para atender à necessidade das cinco fábricas de telhas de fibrocimento da Eternit quando o amianto tiver sido completamente substituído pela matéria-prima sintética. Parte do excedente é destinado a concorrentes que compravam, anteriormente, amianto da Eternit. A fábrica está preparada para dobrar de capacidade.

As margens obtidas com a venda de telhas de polipropileno são menores em relação ao amianto, porque o mercado exige competitividade dos preços do produto com matéria-prima sintética. “A migração faz com que as margens das telhas de polipropileno se recomponham”, afirma o presidente da Eternit.

Fonte: Valor.com.br (27/11/2017)

Notícia posterior (de 29/11/2017): STF reafirma inconstitucionalidade de dispositivo que permitia extração de amianto crisotila

 

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