No Brasil, os acidentes de trabalho matam mais que muitas doenças: o número de óbitos por acidentes no trabalho é seis vezes maior do que por dengue, por exemplo. Entre 2007 e 2013, a doença matou 3.331 pessoas, enquanto 19.478 trabalhadores foram vítimas fatais de acidentes no trabalho*. *Dados do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS).No Brasil, os acidentes de trabalho matam mais que muitas doenças: o número de óbitos por acidentes no trabalho é seis vezes maior do que por dengue, por exemplo. Entre 2007 e 2013, a doença matou 3.331 pessoas, enquanto 19.478 trabalhadores foram vítimas fatais de acidentes no trabalho*. *Dados do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS).
Grande parte destas estatísticas são impulsionadas pela falta de prevenção e da correta orientação e treinamento dos trabalhadores. Por isso, qualquer empresa precisa adotar medidas para garantir a saúde e a segurança do trabalhador. Neste sentido, a sinalização é uma das formas utilizadas para alertar às pessoas que devem estar atentas em locais determinados, seja em um ambiente industrial, em um escritório, locais públicos e etc. É marcar, apontar, assinalar, indicar ou mostrar uma situação, a fim de prestar informações importantes a quem por ali passa.
A sinalização é uma das mais importantes medidas de segurança para ambientes de trabalho em que os riscos de acidentes são iminentes como, por exemplo, na construção civil, transporte, hospitais e indústrias que lidam com máquinas e equipamentos pesados (seja na montagem, instalação, ajuste, operação, limpeza, manutenção, inspeção, desativação e desmonte).
Neste sentido, a sinalização de segurança pode ter três funções diferentes: orientação (como rota de fuga e o mapa de riscos, por exemplo), segurança (alerta sobre situações perigosas e equipamentos de proteção necessários para evitar acidentes em determinada atividade) e emergência (indicam as ações que devem ser feitas caso ocorram eventos não programados e que possam expor à acidentes).
O que dizem as NRs
Entre as medidas de proteção previstas pela NR-12 estão as medidas de proteção coletiva ou EPCs, administrativas ou de organização do trabalho e de proteção individual ou EPIs (como luvas, protetores auriculares, capacetes, botas, entre outros).
Os EPCs, dispositivos instalados e utilizados no ambiente de trabalho para a proteção coletiva, englobam as medidas possíveis de sinalização existentes, que vamos enumerar a seguir. Mas, antes, é importante entender que os EPCs são muito importantes pois não dependem da atitude do funcionário para que sejam eficazes, sendo as medidas de proteção coletiva prioridade em qualquer empresa.
A empresa também deve seguir a NR-26, adotando placas para indicar e advertir sobre os riscos, utilizando recursos como cores, que servem para identificar equipamentos de segurança, para delimitar áreas, alertar sobre tubulações que conduzem líquidos e gases e advertir contra qualquer tipo de risco.
Como complemento à NR-26, é importante incluir as orientações da NBR-7195, regulamentada pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Esta norma fixa as cores que devem ser usadas para a prevenção de acidentes, já que são empregadas para identificar e advertir contra riscos existentes no ambiente de trabalho.
Conheça a aplicação de algumas cores:
Vermelha: serve para identificar e distinguir equipamentos de proteção e combate a incêndio e sua localização (portas de saída de emergência, por exemplo). Também é utilizada em sinais de parada obrigatória, de proibição e em botões interruptores para paradas de emergência.
Alaranjada: é empregada para indicar “perigo”.
Amarela: indica “cuidado” e deve ser utilizada em escadas portáteis (exceto as de madeira), corrimãos, parapeitos, pisos e partes inferiores de escadas que apresentem riscos, etc.
Verde: é utilizada para indicar “segurança”, com aplicação em caixas de equipamentos de primeiros socorros, caixas contendo equipamentos de proteção individual (EPIs), chuveiros de emergência e lava-olhos, locais de macas, etc.
Azul: indica uma ação obrigatória, como, por exemplo, o uso de EPI (“Use protetor auricular”) e impedir a movimentação ou energização de equipamentos (“Não ligue esta chave”).
Branca: em faixas para demarcar passadiços, passarelas e corredores pelos quais circulam exclusivamente pessoas, setas de sinalização de sentido e circulação.
O uso dos EPCs também está previsto em outras normas regulamentadoras como NR-4, NR-10 e NR-33). Em cada uma delas estão descritas as medidas de proteção coletiva que devem ser tomadas de acordo com a atividade, a fim de garantir a segurança e a saúde dos trabalhadores.
Tipos de sinalização
Existem diversos tipos de sinalização, entre eles:
– Cavaletes: geralmente usados de forma temporária. Exemplo, durante a limpeza de um piso.
– Alertas luminosos: que direcionem os funcionários em situações de riscos como, por exemplo, em casos de incêndio. Podem ser vistos no escuro e indicam rotas de fuga (como “saída de emergência”), botões de emergência ou a localização de equipamentos de combate a incêndio.
– Alertas sonoros: também chamam a atenção em situações programadas ou não, quando é preciso alertar para alguma ocorrência.
– Etiquetas de sinalização: na tarefa de manutenção de máquinas e equipamentos, por exemplo, alguns cuidados preventivos são fundamentais, como a colocação de uma etiqueta de sinalização.
Além de bloquear os dispositivos de energia (por meio de cadeados ou garras de bloqueio) a fim de impedir a reenergização durante o processo de manutenção, o operador precisa sinalizar que a máquina está em manutenção. Servem para avisar sobre a inspeção do equipamento e trazem informações como horário e a data do bloqueio, o motivo da manutenção, o nome do responsável e alerta do bloqueio.
– Placas de sinalização: servem para alertar os funcionários sobre como evitar os riscos no ambiente de trabalho, orientar sobre a forma segura de operação dos equipamentos e máquinas e etc.
Para chamar a atenção, devem estar afixadas em local de destaque, ter indicação cores e figuras geométrica e até bordas zebradas. O importante é chamar atenção e alertar quanto aos riscos existentes no ambiente. Assim, são responsáveis pelo deslocamento dos trabalhadores no espaço de trabalho, tornando possível a tomada de decisão segura.
Tipos de placas de sinalização
Conheça alguns tipos de placas de sinalização:
Placas de aviso: servem para reforçar regras de segurança e procedimentos no ambiente de trabalho. Podem conter texto, cores e símbolos gráficos para facilitar na compreensão da mensagem pelos trabalhadores.
Placas de atenção: têm o objetivo de alertar os trabalhadores sobre uma situação de risco, orientando sobre condutas corretas ou procedimentos, sobre o isolamento de áreas e exigindo o uso de determinados tipos de EPIs. Podem conter texto, cores e símbolos gráficos.
Placas de perigo: são utilizadas para alertar sobre riscos de ferimentos graves ou de morte.
Ficou claro a importância da sinalização para a segurança dos trabalhadores?
Sobre o autor: João Marcio Tosmann é formado em Engenharia Elétrica, com ênfase em Eletrônica, pela PUC-RS, com pós-graduação em Administração Industrial pela USP e MBA em Marketing pela ESPM.Possui experiência em projetos de manutenção industrial e logística em autopeças. Atuou como membro da diretoria do Complexo Industrial Automotivo General Motors (CIAG) e líder de projetos de novos veículos como Celta (General Motors) e EcoSport (Ford). Atualmente é diretor da Tagout, indústria de produtos de Bloqueio e Etiquetagem que oferece consultoria, treinamento e elaboração de procedimentos para implantação do Programa de Controle de Energias Perigosas (PCEP).
Obs.: esse texto traduz a opinião pessoal da colunista, não sendo uma opinião institucional do SaudeOcupacional.org.