O brasileiro tem em sua figura a imagem de um povo festeiro e de sorriso largo. Para o gringo então, estamos sempre felizes e cheios de amor para dar. Mas na prática, sabemos que não é bem assim e que, em muitas vezes, custa caro tentar estar sempre de bem com a vida. Na verdade, quando tratamos da vida real, o brasileiro não é lá tão feliz assim.
Segundo acompanhamento feito pelo Ministério da Previdência Social, todos os dias cerca de 215 brasileiros se afastam do trabalho por causa de transtornos de humor. O auxílio-doença é um benefício concedido, mensalmente, ao trabalhador que fica incapacitado para o trabalho, por mais de 15 dias, por motivo de doença ou acidente.
Das 215 pessoas afastadas por dia por causa de transtorno de humor, 172 são por causa de depressão, distúrbio afetivo que ocasiona queda do humor (7 por hora). Ou seja, a depressão é responsável por 8 em cada 10 pessoas que recebem o auxílio-doença para tratamento médico, por causa de variação de humor.
Em números gerais, 57,4 mil pessoas pediram para se afastar do trabalho para tratar a doença, entre janeiro e novembro do ano passado. A quantidade equivale a quase dois estádios do Pacaembu LOTADOS.
Os dados da Previdência, no entanto, aparecem apenas como a ponta do iceberg, uma vez que a estimativa é de que atualmente 11,2 milhões de pessoas, com mais de 18 anos, sofram com algum grau de depressão no país. A quantidade equivale a 7,6% da população brasileira.
De acordo com especialistas, a doença é mais comum entre os idosos – 11,1% entre os acima de 60 anos, enquanto 3,9% dos jovens de 18 a 29 anos relataram ter depressão. Do total dos que afirmaram receber o diagnóstico, 52% disseram usar medicamentos, 16,4% fazem psicoterapia e 46,4% receberam assistência médica nos últimos 12 meses.
Para identificar a depressão, é bom saber que existem dois sintomas centrais: tristeza persistente e perda de interesse por atividades das quais costumava gostar. Para a depressão, ao menos um deles deve estar presente e tem que durar no mínimo duas semanas. Mas há outros que são secundários, como alteração de peso ou da libido para mais ou para menos, dificuldade de concentração, perda de memória, sentimento de culpa inapropriado e alteração no sono.
Custo da doença
Embora o principal prejuízo da doença seja em relação à saúde do paciente, a depressão também reflete em custos elevados e diretos ao Estado, especialmente com internações. Segundo dados do Ministério da Saúde, calcula-se que para cada paciente internado no Estado de São Paulo com diagnóstico de algum transtorno do humor, por exemplo, o custo seja de cerca de R$ 1 mil.
Fonte: ONDDA.
Título Original: DEPRESSÃO AFASTA 7 BRASILEIROS DO TRABALHO POR HORA