No Brasil, o número de mulheres que ocupam cargos de gerência ou direção é menor do que o número de homens, segundo mostra a Síntese de indicadores Sociais (SIS) 2016, publicada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A proporção de trabalhadores com 25 anos ou mais que ocupam cargos do tipo é de 6,2% para os homens e 4,7% para as mulheres.
Além do menor número de mulheres ocupando estas posições, o relatório informou ainda que a desigualdade salarial é mais elevada, uma vez que as mulheres nesta posição receberam, em média, 68% do rendimento médio dos homens, em 2015 — na região sul, a desigualdade é um pouco maior: 63,4%.
O relatório fala ainda sobre a qualidade de vida das mulheres em atividades relacionadas aos afazeres domésticos. “Assim como ressalta a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe – Cepal, na medida em que não há novas alternativas privadas ou sociais de redistribuição do cuidado dentro do domicílio, nem uma maior participação dos homens em tais atividades, associado ao fato que as jornadas de trabalho são pouco flexíveis, as tensões relativas aos ajustes de ‘tempos’ se intensificam, reduzindo o bem-estar e a qualidade de vida das mulheres.”
Segundo o SIS, o cuidado com atividades domésticas mostra que os padrões de gênero na sociedade brasileira continuaram praticamente os mesmos nos últimos dez anos, já que a jornada masculina neste quesito permaneceu em 10 horas semanais em 2015, mesmo valor encontrado em 2005. “A jornada feminina em tais atividades é o dobro da masculina e somada à jornada delas no mercado de trabalho, a jornada total feminina excede a masculina em média em 5 horas semanais.”
Apesar das mulheres continuarem a receber menos, no geral, a desigualdade de rendimentos diminuiu. O rendimento-hora das mulheres com até 4 anos de estudo era equivalente a 86% do rendimento-hora dos homens com a mesma escolaridade, em 2005. Já em 2015 essa diferença diminuiu para 90%. No grupo dos mais escolarizados, a desigualdade do rendimento-hora entre mulheres e homens passou de 62,5% para 68,5%.
Fonte: Galileu.
Título Original: Mulheres continuam recebendo menos do que homens, segundo IBGE