O Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) divulgou uma nota oficial em seu site ontem, dia 5 de dezembro, se colocando à favor da adoção do nome social de médicos transgênero.
O nome social é o nome escolhido pela pessoa trans quando ela transiciona e passa a viver de acordo com o gênero que ela se identifica. É diferente do nome civil, que é aquele que está nos documentos da pessoa. Muitos trans conseguem mudar os seus documentos e usar o nome social legalmente, mas infelizmente isso não é a realidade para a maioria deles.
O nome social de quem não conseguiu mudar as documentações não é muito respeitado, o que faz a pessoa se sentir constrangida e humilhada, além de atrair olhares curiosos e julgadores de quem está ao redor dela.
Por isso, o Cremesp se colocou à favor do uso desse nome para os profissionais de medicina que são transsexuais. Desse modo, mostra-se respeito a esses médicos e inclusão, o que também faz com que os pacientes trans se sintam mais acolhidos pelos médicos.
Leia na íntegra a nota:
“O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) tem envidado esforços para ampliar o debate sobre a regulamentação do registro profissional ao médico transexual, transgênero e travesti, e viabilizar a utilização do “nome social” àqueles que se identificam com um nome civil distinto de seu fenótipo.
A proposta pioneira é defendida pelo Conselho paulista para um tema que vem ganhando relevância e apelo na sociedade. Para o Cremesp, é atribuição dos Conselhos de Medicina prover adaptações em seus sistemas de modo a atender tais demandas sociais. A medida também reconhece o médico em sua plenitude de identidade e pessoa, tornando-o um médico melhor e beneficiando, assim, diretamente o paciente.
Para tornar vigente o uso do “nome social” no registro profissional do médico, o Cremesp solicitou posicionamento formal ao Conselho Federal de Medicina (CFM) sobre a normatização da identidade sexual, com adoção de medidas que permitam aos médicos transgêneros, transexuais ou travestis, que assim desejarem, a utilização de seu nome social nos documentos emitidos pelos conselhos regionais, em conjunto com o nome civil, que não será, em momento algum, modificado, exceto por determinação judicial.
O apoio da entidade federal a essa proposta permitirá, finalmente, alargar os passos das instituições em direção ao processo inclusivo proposto pelo Cremesp, onde prevaleça o respeito ao médico como indivíduo, profissional e cidadão.”
Fonte: Ondda.
Título Original: CREMESP DÁ PASSO PARA ACOLHER MÉDICOS TRANS