A segurança no trabalho é um tema que precisa ser levado a sério em qualquer ambiente da indústria, construção civil, hospitais, hotéis, shoppings centers, prédios comerciais e outros. Não é à toa que existem normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego para a correta aplicação das medidas que irão garantir a integridade física e a saúde dos trabalhadores.
As NR-4 e NR-9, por exemplo, fazem referência à proteção coletiva que deve ser aplicada de acordo com cada atividade desenvolvida. Já a NR-6 reforça uma importante questão: os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPCs) devem ser prioridade entre as medidas previstas pelas Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (CIPAs) de cada empresa.
Isso porque os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) – como luvas, protetores auriculares, capacetes, botas, entre outros – não evitam acidentes, como os EPCs. Por dependerem da atitude dos funcionários, os EPIs apenas diminuem ou evitam lesões que podem decorrer de acidentes e não oferecem proteção completa contra os riscos. Portanto, devem sempre ser utilizados juntos dos EPCs, que irá oferecer completa proteção contra dos acidentes do trabalho.
O que são os EPCs?
Os EPCs são dispositivos utilizados no ambiente de trabalho com o objetivo de proteger os trabalhadores dos riscos coletivos existentes nos processos de indústrias, construções civis, hospitais, hotéis, shoppings centers, prédios comerciais e outros. Entre eles: construção, transporte, montagem, instalação, ajuste, operação, limpeza, manutenção, inspeção, desativação e desmonte de máquinas ou equipamentos.
Entre os principais EPCs estão os cones e faixas de segurança, placas de sinalização, sensores de presença, sirenes e alertas luminosos, cadeados e garras de bloqueio, bloqueios de disjuntores, entre outros.
Mas como os EPCs podem efetivamente evitar acidentes de trabalho?
O conjunto de medidas preventivas é o melhor caminho para proteger a equipe de acidentes a que todos estão sujeitos diariamente. Listamos a seguir 7 EPCs e como eles podem salvar a sua equipe de acidentes.
1. Cones e correntes de segurança
Estes itens servem para auxiliar na orientação dos trabalhadores em relação as áreas restritas ou que possuam perigos não evidentes. Como exemplo, em uma obra, a movimentação da equipe pode ocorrer no meio de ferramentas e máquinas pesadas ou ainda, em terrenos irregulares. Assim, os cones e correntes ajudam a delimitar esses espaços para que o trabalhador não ultrapasse sem a devida atenção.
2. Placas de sinalização, sirenes, alarmes e alertas luminosos
Ao lado dos cones e correntes, as placas de sinalização são essenciais para chamar a atenção da equipe diante de riscos. Devem ser colocadas placas de sinalização nas máquinas e equipamentos, bem como nas instalações em que se encontram. Além disso, as placas servem para orientar os trabalhadores sobre as instruções de operação e manutenção dos equipamentos.
Para chamar atenção, a sinalização deve ser feita com cores, símbolos e até sinais luminosos e sonoros (sinais ativos). Estes sinais servem como alerta máximo para indicar que alguma atividade de risco está sendo realizada, como a partida ou a velocidade excessiva de uma máquina, por exemplo.
3. Sistema de ventilação e exaustão para eliminar gases, vapores ou poeiras contaminantes
Nas atividades industriais em que há dispersão de contaminantes no ambiente, a ventilação e os exaustores têm a finalidade de evitar doenças devido à concentração de pó em suspensão no ar, gases tóxicos ou venenosos e vapores. Estes sistemas atuam para diluir concentrações de gases, vapores e promover conforto térmico ao trabalhador.
4. Dispositivos de bloqueio e etiquetagem
Os cadeados de bloqueio servem para impedir o religamento mecânico e elétrico de máquinas, equipamentos ou painéis elétricos durante o período de manutenção. Somente desligar a máquina e ir fazer a manutenção é muito perigoso, já que outra pessoa pode ligar a máquina a qualquer minuto, enquanto o funcionário está fazendo a manutenção.
Os Cadeados de Bloqueio devem estar acompanhados da sinalização de bloqueio adequada, como a etiqueta de bloqueio ou identificação contendo o horário e a data do bloqueio, o motivo da manutenção e o nome do responsável.
5. Garras de bloqueio
Assim como os cadeados de bloqueio, as garras de bloqueio são ideais para o travamento de válvulas e disjuntores em geral. Os seis furos da garra de bloqueio permitem que até seis pessoas bloqueiem uma única fonte de energia, garantindo maior agilidade no bloqueio e segurança aos operadores.
A utilização do mesmo bloqueio por mais de um técnico assegura que a máquina ou equipamento permaneça bloqueado até que todos os envolvidos na manutenção ou inspeção tenham concluído as suas atividades. Para isso, cada funcionário de manutenção coloca o seu cadeado e sua etiqueta de identificação em um dos seis furos da garra de bloqueio. O equipamento só é liberado depois todos os envolvidos tenham concluído e retirado seus respectivos cadeados e etiquetas, aumentando a segurança e eficácia do processo de bloqueio.
6. Comando bimanual de acionamento
Esse dispositivo obriga o operador a manter suas mãos em local seguro durante o ciclo de uma máquina, evitando possíveis acidentes. Isso porque o acionamento só ocorre por meio de dois botões, que devem ser pressionados simultaneamente.
7. Detectores de fumaça e sprinkles
Estes equipamentos servem respectivamente para alertar sobre a presença de fumaça no ambiente e para auxílio no combate a incêndios. Os detectores de fumaça funcionam como um indicador de fogo, e emitem um aviso sonoro quando ativados, enquanto que os sprinkles liberam água no ambiente quando a temperatura do ambiente atinge níveis elevados.
Estes são alguns dos mais eficientes Equipamentos de Proteção Coletiva que podem ser adotados em quaisquer atividades que tenham riscos de acidentes para o trabalhador. O uso de EPCs deve ser acompanhado de treinamento adequado e fiscalização de uso, sob orientação do Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho – SESMT.
Autor: João Marcio Tosmann – Formado em Engenharia Elétrica, com ênfase em Eletrônica, pela PUC-RS, com pós-graduação em Administração Industrial pela USP e MBA em Marketing pela ESPM. Possui experiência em projetos de manutenção industrial e logística em autopeças. Atuou como membro da diretoria do Complexo Industrial Automotivo General Motors (CIAG) e líder de projetos de novos veículos como Celta (General Motors) e EcoSport (Ford). Atualmente é diretor da Tagout, indústria de produtos de Bloqueio e Etiquetagem que oferece consultoria, treinamento e elaboração de procedimentos para implantação do Programa de Controle de Energias Perigosas (PCEP).