29 maio 2015

“SÍNDROME DE KAROSHI”: A MORTE POR EXCESSO DE TRABALHO

postado em: Medicina do Trabalho

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Não há descanso no Japão: trabalhadores evitam férias e acumulam horas extras

 Décadas depois de a palavra “karoshi”, que significa morte por excesso de trabalho, entrar para o léxico japonês, o governo ainda luta para controlar o problema.

O governo japonês quer que os trabalhadores do país tirem mais folgas e trabalhem menos. O objetivo? Reduzir o número de suicídios. As licenças remuneradas e os feriados nacionais aumentaram, mas os japoneses ainda fogem das férias e o número de suicídios relacionados ao trabalho permaneceu praticamente inalterado na última década.

Mostrar dedicação à empresa por meio do sacrifício e nunca deixar o local de trabalho antes do chefe são características profundamente enraizadas entre os trabalhadores japoneses.

Com mais de 2.000 suicídios por ano ligados ao trabalho e ao excesso de trabalho e a maioria dos trabalhadores em tempo integral tirando menos de metade das licenças remuneradas a que têm direito, os parlamentares japoneses foram forçados a agir, no ano passado, depois que meio milhão de pessoas assinaram uma petição exortando o governo a melhorar a situação.

Uma proposta anunciada nesta semana incentiva as empresas a encurtarem as horas de trabalho e a permitirem que os funcionários usem mais suas férias anuais. A legislação revista apresentada ao Parlamento em abril também obriga as empresas a forçarem seus funcionários a tomarem pelo menos cinco dias de licença remunerada.

Horas extras

Os japoneses com empregos em tempo integral tiveram, em média, 173 horas de trabalho excedente em 2014. O número representa 18 horas a mais que há 10 anos e é o maior volume registrado em dados comparáveis desde 1993, segundo o Ministério da Saúde, do Trabalho e do Bem Estar.

O trabalho foi listado como um fator que contribuiu para 2.323 suicídios em 2013, segundo os dados mais recentes do governo. O número mais elevado registrado até hoje foi de 2.689 em 2011.

“As empresas japonesas tendem a forçar seus funcionários a fazerem horas extras em vez de aumentarem as contratações quando eles estão atarefados”, disse Koya Miyamae, economista da SMBC Nikko Securities em Tóquio. “A escassez de mão de obra está forçando as empresas, em alguns setores, a fazerem os funcionários trabalharem mais tempo”.

Em teoria, o país já possui uma das regras mais generosas para as folgas, com 16 feriados públicos por ano e uma média de mais de 18 dias de licença remunerada por trabalhador por ano.

Agora o governo quer reduzir a proporção de funcionários que trabalham 60 horas ou mais por semana para menos de 5 por cento até 2020, contra cerca de 9 por cento em 2013. O governo também quer que os trabalhadores tirem mais de 70 por cento de sua licença remunerada, contra 49 por cento atualmente, segundo o projeto.

Título original: Não há descanso no Japão: trabalhadores evitam férias e acumulam horas extras

Fonte: Infomoney

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