Conscientizar a população sobre a saúde e segurança do trabalhador é de extrema importância. O mais recente Anuário Estatístico de Acidentes de Trabalho (AEAT) aponta que ocorreram 549.405 acidentes de trabalho em todo o país e que o Brasil ocupa a quarta posição no ranking desses acidentes, com 4,5 milhões de ocorrências entre o ano de 2012 e 2018.
Esse número assustador evidencia ainda mais a necessidade de falarmos sobre o assunto e, por isso, em 2003, com apoio do Ministério do Trabalho, Previdência Social (MTPS) e empresas do setor privado, foi criado o Movimento Abril Verde, com o objetivo de reduzir os acidentes de trabalho e as doenças ocupacionais.
Mais do que conscientizar, o movimento procura estabelecer uma cultura de segurança dentro das empresas, para que todos realmente vistam a camisa e possam trabalhar em um ambiente seguro e saudável.
Por que Abril Verde?
A cor verde do mês está relacionada à área da saúde, por isso o símbolo do movimento é o laço verde.
Além disso, dia 7 de abril é comemorado o Dia Mundial da Saúde e dia 28 o Dia Mundial da Segurança e Saúde do Trabalho, em decorrência da explosão de uma mina no Estado da Virgínia, nos Estados Unidos, que matou 78 trabalhadores. Depois do acontecimento, a Organização Internacional do Trabalho (OIT), instituiu que a data seria Dia Mundial de Segurança e Saúde do Trabalho. Por esses motivos, abril foi escolhido para representar o mês de conscientização e prevenção de acidentes de trabalho.
Riscos ocupacionais
A prevenção de riscos ocupacionais, ou seja, acidentes ou doenças ocupacionais que podem acontecer de acordo com a ocupação que o colaborador exerce, também faz parte do Abril Verde.
Os principais riscos são os físicos, químicos, ergonômicos e biológicos. O primeiro diz respeito ao contato do colaborados com ruídos, temperaturas excessivas, radiação e umidade. Os riscos químicos são aqueles que podem acontecer através do contato com substâncias químicas, como produtos de limpeza ou de manutenção de máquinas. Os riscos ergonômicos estão relacionados ao esforço físico realizado dentro da indústria que está despreparada para a atividade. Por último, os riscos biológicos são aqueles que ocorrem a partir da exposição do colaborador a micro-organismos causadores de doença.
Formas de prevenção
Seja um diretor, operador de máquinas, almoxarife, programador da produção ou qualquer outra função dentro da indústria, um ambiente seguro e saudável deve fazer parte do dia a dia de cada um. Os cuidados e as formas de prevenção precisam ser incorporados à rotina e, por isso, todos os colaboradores devem fazer sua parte e serem responsáveis por suas ações dentro da empresa.
Para evitar acidentes, o indicado é que os funcionários atuem de acordo com as NRs (Normas Regulamentadoras), use as ferramentas e máquinas adequadamente, use os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) e EPCs (Equipamentos de Proteção Coletiva) conforme recomendado e informe possíveis situações de risco, seja para ele ou qualquer outro da equipe.
Os produtos de bloqueio e etiquetagem da Tagout, como cadeados, garras, bloqueio de válvulas, bloqueio de disjuntores e outros, são fabricados de acordo com as NRs e são essenciais para evirar acidentes.
Quando o colaborador está fazendo a manutenção das máquinas, somente desligar o equipamento torna o trabalho muito perigoso, uma vez que, outras pessoas que não sabem sobre a manutenção, podem ligar a máquina e causar acidentes muito graves.
Ao implementar os procedimentos de bloqueio e etiquetagem, esses riscos são sanados e a equipe se mantem em segurança.
Seja ativo e faça sua parte, todos juntos pela saúde e segurança do trabalhador!
Sobre o autor: João Marcio Tosmann é formado em Engenharia Elétrica, com ênfase em Eletrônica, pela PUC-RS, com pós-graduação em Administração Industrial pela USP e MBA em Marketing pela ESPM.
Possui experiência em projetos de manutenção industrial e logística em autopeças. Atuou como membro da diretoria do Complexo Industrial Automotivo General Motors (CIAG) e líder de projetos de novos veículos como Celta (General Motors) e EcoSport (Ford). Atualmente é diretor da Tagout, indústria de produtos de Bloqueio e Etiquetagem que oferece consultoria, treinamento e elaboração de procedimentos para implantação do Programa de Controle de Energias Perigosas (PCEP).
Obs.: esse texto traduz a opinião pessoal da colunista, não sendo uma opinião institucional do SaudeOcupacional.org.